Entidade se dirigiu aos médicos negros do país e pediu perdão por 'erros do passado'.
Pressão era tanta que profissionais negros criaram sua própria associação.
A medicina organizada há tempos reflete uma obsessão bem americana: a questão racial. Por mais de um século, a Associação Americana de Medicina tem sido o maior e mais poderoso grupo de médicos do país -– e um grupo esmagadoramente branco. Os médicos negros têm seu próprio grupo, menos conhecido, a Associação Nacional de Medicina.
No dia 10 de julho, as atenções se concentraram brevemente nessa segregação. A AAM se dirigiu diretamente à ANM, coisa rara, para comunicar uma mensagem ainda mais rara: uma desculpa aos médicos negros do país, mencionando um século de “erros passados”.
Que erros, exatamente? W. Montague Cobb poderia ter respondido a essa pergunta detalhadamente. Cobb (médico, antropólogo físico, ativista dos direitos civis, presidente da Associação Nacional de Medicina nos anos de 1960) sabia que a organização devia sua própria formação às barreiras raciais. Ela foi fundada em 1895 depois que a AAM se recusou a aceitar três delegados afro-americanos em suas reuniões anuais de 1870 e 1872. Ele também sabia que pacientes e médicos negros eram freqüentemente transferidos para divisões obscuras de caridade ou para “gente de cor”, ou mesmo completamente banidos dos hospitais. Eles responderam a isso com seus próprios hospitais e escolas de medicina, pelo menos sete delas existiam em 1909.
Relações mais amenas se seguiram entre as sociedades médicas, e apesar de um esforço em 1973 para uni-las ter falhado, elas realmente formaram uma ligação duradoura, com a qual W. Montague Cobb sempre sonhara. Os esforços conjuntos mais frutíferos incluem a criação, em 1992, da Associação de Assuntos Minoritários, e em 2004 a Comissão para o Fim das Disparidades na Assistência Médica. Em 1994, Lonnie Bristow se tornou o primeiro presidente afro-americano da AAM. Mesmo assim, lembranças dessa história de rancor ainda persistem e o pedido de desculpas da AAM continua sendo pertinente, apesar de atrasado. Considere essa estatística: em 1910, quando Abraham Flexner publicou seu relatório sobre a educação médica, os médicos afro-americanos representavam 2,5% do total de médicos nos Estados Unidos. Hoje, eles são 2,2%.
Por Harriet A. Washington, autora do livro “Medical Apartheid: The Dark History of Medical Experimentation on Black Americans from Colonial Times to the Present” (Doubleday, 2007).
Que erros, exatamente? W. Montague Cobb poderia ter respondido a essa pergunta detalhadamente. Cobb (médico, antropólogo físico, ativista dos direitos civis, presidente da Associação Nacional de Medicina nos anos de 1960) sabia que a organização devia sua própria formação às barreiras raciais. Ela foi fundada em 1895 depois que a AAM se recusou a aceitar três delegados afro-americanos em suas reuniões anuais de 1870 e 1872. Ele também sabia que pacientes e médicos negros eram freqüentemente transferidos para divisões obscuras de caridade ou para “gente de cor”, ou mesmo completamente banidos dos hospitais. Eles responderam a isso com seus próprios hospitais e escolas de medicina, pelo menos sete delas existiam em 1909.
Relações mais amenas se seguiram entre as sociedades médicas, e apesar de um esforço em 1973 para uni-las ter falhado, elas realmente formaram uma ligação duradoura, com a qual W. Montague Cobb sempre sonhara. Os esforços conjuntos mais frutíferos incluem a criação, em 1992, da Associação de Assuntos Minoritários, e em 2004 a Comissão para o Fim das Disparidades na Assistência Médica. Em 1994, Lonnie Bristow se tornou o primeiro presidente afro-americano da AAM. Mesmo assim, lembranças dessa história de rancor ainda persistem e o pedido de desculpas da AAM continua sendo pertinente, apesar de atrasado. Considere essa estatística: em 1910, quando Abraham Flexner publicou seu relatório sobre a educação médica, os médicos afro-americanos representavam 2,5% do total de médicos nos Estados Unidos. Hoje, eles são 2,2%.
Por Harriet A. Washington, autora do livro “Medical Apartheid: The Dark History of Medical Experimentation on Black Americans from Colonial Times to the Present” (Doubleday, 2007).
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